Fazendo leituras sobre múltiplas linguagens, destaco alguns aspectos que estão presentes em nosso cotidiano escolar:
Pensamos sobre a aquisição da linguagem e seus usos através de vários sistemas representacionais e reconhecemos alguns desses sistemas como “verdadeiros” ou “mais verdadeiros” em determinadas épocas e contextos culturais. Assim as representações de leitura, escrita e oralidade são construídas a partir de determinadas práticas culturais e estruturas sociais e de acordo com as demandas / necessidades da escola.
Convivemos em uma sociedade com diferenças sociais e étnicas e estas diferenças se refletem em relação a fala e a escrita como por exemplo um aluno de origem alemã vai apresentar diferenças na pronúncia e na escrita. Crianças que convivem em ambientes onde a leitura e a escrita está presente vão demonstrar mais facilidade e interesse para este aprendizado. Não podemos imaginar que primeiro as crianças devam adquirir as habilidades de saber ler e escrever para depois então passar a usá-las. A própria manipulação vai favorecer a aquisição e o domínio da leitura e escrita.
Manifestam-se variações tanto na linguagem oral, quanto na escrita-Kato (1987). Não falamos sempre da mesma forma, não escrevemos sempre do mesmo estilo. Em nossa cultura acadêmica, uma conferência, por exemplo, suscita planejamento. Já um bilhete ou um telefonema para uma pessoa mais íntima não supõe esse grau de planejamento.
O espaço para o pluralismo discursivo poderia se caracterizar por um trabalho de análise dos recursos lingüísticos presentes nos textos orais e escritos. Por exemplo: Para quem? De que geração? De qual região? De que grupo social? Estas medidas possibilitam aos falantes incorporarem a noção do uso adequado ou não da linguagem. (travaglia,1996).
São as diferentes formas de oralidade, leitura e escrita que possibilitam outras aprendizagens, outros tipos de produção. A escola enfrenta o desafio de incorporar ao currículo essas demandas sociais e culturais. Considerando essa multiplicidade, pode-se pensar em um trabalho pedagógico para uma exploração mais dinâmica e contextualizada dos textos escritos para ampliar as condições das diferentes práticas sociais de leitura e escrita. Incluindo a variedade do repertório da literatura oral e escrita desde os clássicos até contos, lendas, filmes, poemas aos quais hoje temos acesso.
Um comentário:
Oi Rozane, nessa postagem trazes aspectos bem interessantes para pensarmos sobre o trabalho acerca da leitura e da escrita. Procuras colocar algum ou alguns deles em prática com os teus alunos? Como se desenvolve o trabalho? Abração, Sibicca
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